RASÍLIA - A derrota sofrida pelo governo Lula na votação da MP do IOF, pela Câmara dos Deputados, interferiu diretamente nos planos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de se encontrar nesta semana com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.

Com a derrubada da Medida Provisória (MP) que taxava bets e aplicações de investimentos para recompor a perda do reajuste do IOF, na última quarta-feira (15/10), Haddad cancelou a viagem que faria aos Estados Unidos nesta segunda-feira (13/10), onde participaria de eventos do FMI, do Banco Mundial e do G20.

Havia a expectativa de, na ocasião, o chefe da equipe econômica do governo se reunir com seu equivalente do governo Donald Trump para avançar nas negociações pelo tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros, após a aproximação entre Lula e Trump a partir do telefonema entre os dois, na última segunda-feira (6/10). Não era descartado, ainda, um encontro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

Nos EUA, Haddad será representado pela secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, sem a previsão de agendas com membros do governo Trump.

Enquanto isso, Haddad permanece no Brasil e dará prioridade à busca por alternativas para recompor as perdas no Orçamento geradas pela derrubada da MP do IOF. A votação impôs um rombo de R$ 35 bilhões aos cofres da União, já que o valor correspondia à previsão de arrecadação até 2027. 

Uma das alternativas apontadas por Haddad é cortar recursos destinados às emendas parlamentares, escolha que desagradaria ao Congresso Nacional. No entanto, lideranças do governo já afirmaram que não há nada definido e que há um “cardápio” de opções na mesa.

Nesta segunda-feira, Haddad participa da abertura da Pré-COP30, em Brasília. O evento, que ocorrerá um mês antes da COP30, deve servir para adiantar negociações previstas para a Conferência do Clima da ONU, marcada para os dias 10 a 21 de novembro, em Belém (PA).