A série 'Todo Dia a Mesma Noite' vai reproduzir o momento do incêndio, a correria dos jovens, os corpos espalhados em um ginásio esportivo e a luta de amigos e familiares por justiça. Saiba detalhes.

A série "Todo Dia a Mesma Noite", que retrata o incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul, estreia na Netflix no dia 25 de janeiro. O conteúdo vai ao ar dois dias antes de a tragédia completar 10 anos. A plataforma de streaming divulgou, nesta segunda-feira (09), o primeiro trailer da obra.

"Todo Dia a Mesma Noite" é inspirada no livro homônimo, publicado pela jornalista Daniela Arbex. O trailer mostra que a série vai reproduzir o momento do incêndio, a correria dos jovens, os corpos espalhados em um ginásio esportivo e a luta de amigos e familiares por justiça.

A série conta com cinco episódios e o elenco é formado por nomes famosos, como Débora Lamm e Thelmo Fernandes. A direção fica por conta de Julia Rezende e o roteiro é de Gustavo Lipsztein.

Nas redes sociais, as cenas do trailer não foram bem recebidas por alguns moradores de Santa Maria, onde aconteceu a tragédia. O realismo das imagens chocou estes espectadores. "Não assistam, ninguém mais precisar reviver o que nós passamos aqui", disse uma internauta. "Não assisto nunca! Chega de gatilhos! Deixem as famílias seguirem suas vidas, já é difícil conviver com o luto, reviver tudo", escreveu outra pessoa. "Uma dor que nunca irá se curar. Não preciso assistir, só quem viveu aquela noite e todos os dias que se passaram na cidade sabem bem a dor e o clima na cidade até hoje", pontuou outra moradora.

Apesar das críticas dos conterrâneos, um perfil chamado "Kiss: que não se repita", coletivo formado por amigos e familiares das vítimas, manifestou apoio à série e divulgou o trailer nas redes sociais. "Que todos conheçam nossa história não contada. Por memória, por justiça. Para que não se repita!", destacou a página.

BOATE KISS: RELEMBRE A TRAGÉDIA

Na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, centenas de universitários curtiam uma festa na Boate Kiss, em Santa Maria. Durante o show da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista utilizou um sinalizador de uso externo, que soltou faíscas que atingiram o teto do local. Com isso, a espuma de isolamento acústico foi atingida, dando início a um incêndio.

Sem conhecimento do incêndio que atingiu a região do palco, os seguranças que cuidavam das portas do local não deixaram as pessoas evacuarem devido à falta de pagamento da comanda. Mesmo com a saída liberada, não houve tempo suficiente para que todos os jovens deixassem o local e muitos deles desmaiaram por conta da fumaça e acabaram pisoteados.

O incêndio resultou em 242 mortos e mais de 600 pessoas feridas. O caso foi considerado a maior tragédia brasileira em 50 anos. Laudos posteriores confirmaram que todos os óbitos foram ocasionados por asfixia.

Em dezembro de 2021, quatro réus foram condenados pelo acidente. Foram eles os sócios da boate Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann e os integrantes da Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão.

No entanto, oito meses depois, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) anulou o júri após os recursos das defesas. No dia seguinte, os quatro condenados foram soltos. Enquanto um novo júri não é anunciado, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) luta para reverter a anulação.



Fonte: Purepeople.com.br